Em 20 de agosto de 1989, o executivo de estúdio de cinema, José Menendez, e sua esposa, Kitty Menendez, foram brutalmente assassinados em sua mansão em Beverly Hills. Quase sete anos e três julgamentos depois, em 1996, seus filhos, Lyle e Erik Menendez, foram condenados pelos homicídios. Mas a pergunta permanece: por que eles mataram seus pais?

A Noite do Crime
Na noite do assassinato, Lyle e Erik Menendez chamaram a polícia, afirmando que encontraram seus pais mortos após voltarem do cinema, onde tinham ido assistir Batman. Quando a polícia chegou à cena do crime, encontrou um cenário brutal: José havia sido alvejado seis vezes, incluindo um tiro fatal na cabeça, e Kitty havia sido baleada dez vezes. Os irmãos alegaram não estar presentes na casa durante o crime e, inicialmente, não foram suspeitos. Os detetives começaram a investigar o caso, mas a motivação por trás do crime ainda estava envolta em mistério. Enquanto a polícia tentava juntar as peças, surgiram várias teorias, desde uma vingança planejada até um roubo que deu errado.

O Estilo de Vida Luxuoso dos Irmãos Menendez
Após a morte dos pais, Lyle e Erik começaram a gastar enormes quantias de dinheiro, comprando carros de luxo,relógios caros e até uma nova casa. Este comportamento extravagante levantou suspeitas, mas ainda assim, não havia evidências concretas que os ligassem diretamente ao assassinato. A reviravolta no caso ocorreu quando Erik começou a fazer terapia com o psicólogo Dr. Jerome Oziel, e eventualmente confessou os assassinatos durante as sessões de terapia. A amante de Dr. Oziel, Judalon Smith, soube da confissão e, incomodada com o comportamento controlador do psicólogo, foi à polícia com a informação, levando à prisão dos irmãos Menendez.

Os Julgamentos e as Alegações de Abuso
O primeiro julgamento dos irmãos Menendez começou em 1993 e foi transmitido ao vivo pela Court TV, o que causou uma obsessão nacional pelo caso. Durante o julgamento, Lyle e Erik alegaram que o motivo do crime foi anos de abuso sexual e psicológico por parte de seu pai. Segundo os irmãos, José Menendez era um pai tirânico, que os molestava desde a infância e que a mãe, Kitty, sabia do abuso, mas não fez nada para impedi-lo.
As alegações de abuso dividiam a opinião pública. Alguns acreditavam que os irmãos eram vítimas que agiram em legítima defesa, enquanto outros os viam como jovens mimados que mataram os pais por ganância. Os detalhes gráficos e emocionais compartilhados no tribunal tornaram o caso ainda mais perturbador.

O Veredito de 1996: Assassinato em Primeiro Grau
Em 1996, após quatro dias de deliberação, o júri condenou os irmãos Menendez por assassinato em primeiro grau e conspiração para cometer assassinato. Três semanas depois, o júri voltou a deliberar, desta vez sobre a pena a ser aplicada. Após três dias, decidiram que Lyle e Erik seriam condenados à prisão perpétua, em vez da pena de morte.
No entanto, décadas depois, novos elementos começaram a emergir, sugerindo que os irmãos poderiam estar dizendo a verdade sobre os abusos que sofreram.

A Primeira Decisão do Júri
Em janeiro de 1994, após longas deliberações, os júris de Lyle e Erik Menendez não chegaram a um veredito, resultando em um julgamento anulado. O caso foi polarizador, com a questão principal sendo: o abuso justifica o assassinato? O país estava dividido, e o novo julgamento estava prestes a começar.
O Segundo Julgamento e o Veredito Final
O segundo julgamento dos irmãos Menendez começou em 1995, mas desta vez sem câmeras no tribunal. O juiz limitou o testemunho sobre as alegações de abuso, o que enfraqueceu a defesa dos irmãos. O novo promotor, David Conn, argumentou que o “pretexto do abuso” era apenas uma desculpa para os assassinatos.
Em 20 de março de 1996, Lyle e Erik Menendez foram condenados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. O caso Menendez se tornou um marco na justiça americana, não apenas pelos detalhes horríveis dos crimes, mas também pelo impacto que teve na mídia e no sistema legal.

Nova Evidência: A Carta de Erik Menendez
Em 2023, Clifford Gardner, um dos advogados de apelação dos irmãos, trouxe à tona novas evidências que poderiam mudar o curso do caso. A peça-chave é uma carta supostamente escrita por Erik Menendez ao seu primo Andy Cano em dezembro de 1988, cerca de oito meses antes dos assassinatos.
Na carta, Erik fala sobre os abusos sofridos por seu pai e descreve o medo constante de que as agressões continuassem. Ele escreve: “Está piorando. Toda noite fico acordado pensando que ele pode entrar no meu quarto. Está me deixando louco.”
A carta, embora ignorada no primeiro julgamento, agora serve como evidência contemporânea de que o abuso de fato ocorreu.

Outras Alegações de Abuso
Além da carta de Erik, outra acusação surgiu em 2023. Roy Rosselló, ex-membro da boy band Menudo, afirmou que também foi abusado sexualmente por José Menendez nos anos 80, quando Menendez era executivo da RCA Records. Rosselló, que na época tinha 14 ou 15 anos, detalhou como foi drogado e abusado na casa dos Menendez.
Essas novas revelações reforçam a alegação de defesa dos irmãos de que os assassinatos foram motivados pelo medo e trauma causados pelos anos de abuso.

O Pedido de Habeas Corpus
Com base nessas novas evidências, o advogado Cliff Gardner entrou com um pedido de habeas corpus em 2023, pedindo que as condenações dos irmãos fossem anuladas. Se o pedido for aceito, o caso poderá ser reaberto e os irmãos Menendez poderiam ser julgados novamente, dessa vez com a defesa de abuso sexual como um argumento mais sólido. Isso poderia resultar em uma condenação por homicídio culposo, em vez de assassinato, o que significaria uma sentença muito mais branda.
A Vida na Prisão
Desde 1996, Lyle e Erik Menendez estão cumprindo suas sentenças de prisão perpétua. Inicialmente, os irmãos foram mantidos em prisões separadas, mas em 2018 foram reunidos na mesma unidade no Presídio Richard J. Donovan, em San Diego. Ambos seguiram com suas vidas dentro do sistema prisional, formando relacionamentos e até se casando. Erik casou-se com sua amiga por correspondência, Tammy Ruth Saccoman, e Lyle, após um divórcio em 2001, casou-se com a advogada Rebecca Sneed.
O Apoio nas Redes Sociais
Recentemente, um movimento online começou a ganhar força em plataformas como o TikTok, com jovens defendendo que os irmãos Menendez foram condenados injustamente. Esses apoiadores acreditam que os irmãos agiram em legítima
defesa e estão pressionando por clemência, escrevendo até mesmo para as autoridades da Califórnia. Apesar de terem cumprido 34 anos de suas sentenças, a história de Lyle e Erik Menendez parece estar longe de terminar. A luta por liberdade, agora impulsionada por uma nova geração, continua.
O caso Menendez ainda ecoa na cultura popular e continua a ser objeto de debate. As alegações de abuso, combinadas com o comportamento extravagante dos irmãos após o crime, tornaram o caso um dos mais infames da história criminal dos Estados Unidos. Se foram vítimas ou vilões, a verdade por trás do crime permanece um enigma para muitos.
A Netflix possui uma série e um documentário sobre os irmãos Menendez, que foram condenados pelo assassinato dos pais em 1989:
- Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais
Série true crime criada por Ryan Murphy que conta a história dos irmãos Lyle e Erik Menendez. A série foi muito bem-sucedida, mas recebeu críticas dos irmãos e da família real.
- O Caso dos Irmãos Menendez
Documentário que conta com depoimentos dos irmãos Menendez, feitos diretamente da prisão onde cumprem pena de prisão perpétua. O documentário mostra o crime e os julgamentos que os irmãos enfrentaram.
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